terça-feira, 25 de novembro de 2008

A VOZ DO ESPELHO (LADO B)

O que se desenha na minha frente?
É o meu corpo, minha matéria transparente?
É o meu Espírito acenando para a minha mente:
--Olá, você também é gente!

A minha infância foi marcada por tristezas
Mas, não me transformei numa pessoa amarga
Mas, situações não superadas viraram incertezas
Atitudes que demonstram firmeza...
A firmeza que faltou em tantas omissões

Eu corri dessa imagem que vejo
Eu nunca quis me olhar no espelho
Estagnada preferia não ouvir nada
Nada do que precisava para aprender a seguir
Eu estava com os olhos e a mente vendada

Conflitos, medos, incertezas, fraquezas..
Cuspa para o alto quem não tem!
O vazio teceu um labirinto que cresceu
Ainda não foi preenchido,
Quero ver o rosto de Deus!

Transformei o inverno em primavera
Cultivei um jardim colorido, florido e perfumado
Foi assim por longos anos ...todos dourados
Até descuidar do lado mais importante
Esquecer de lapidar o diamante
E me deparar com o labirinto mais adiante

Aquela imensa muralha escondeu o verde
Na penumbra adormeceu a Esperança
Ela dormia e acordava em sonhos de criança
Deitada no jardim imaginava o amanhecer
A luz que acalentava todo o seu viver
Recolhida em suplício, limitada no agir
Esperava nova aurora para me dizer:

--A verdade do Espírito é a luz que ilumina o teu ser
A confiança é a lembrança do que deves ou não fazer
Só aquele que já nasceu pronto condena o que vê
Quem se perde pela estrada, à beira do caminho
Nunca está sozinho, Deus está dentro de você
Ninguém se conhece da noite para o dia
Essa é uma busca que propicia
Tombos e aprendizados...é assim que deve ser
A verdade e a confiança são amigas da Esperança

E ela não esqueceu de você...
Cada minuto, cada lágrima em criança
Cada pesadelo na lembrança
E ela nunca esqueceu de você...

Hoje a imagem do espelho reflete estilhaços
Caberá ao teu agir reconstruir os pedaços
As palavras não valem nada, perto de um abraço
A espada é forjada derretendo e machucando o aço

O vazio que teceu o labirinto, diminuiu
A Esperança hoje em dia
Tem liberdade e vivencia
O verdadeiro amor de Deus
Mas, nem sempre ela desperta
Somente por escolhas certas e reparos teus
Tristezas todos possuem, incertezas também
O que diferencia é a atitude que você tem.

Não seja temeroso diante do desconhecido
Sob a penumbra da tua mente entre no labirinto
Encare a muralha que divide o teu raciocínio
Resgate a Esperança, ela é só uma criança que precisa de você
Sua jornada será de vida ou morte...e sairás mais forte
Por tentar combater teus medos e receios
Se no meio do caminho perder as forças e parar
Senta-te de frente para o horizonte
De costas para o que superou
De frente para o que virá.

(Luciana Carvalho de Oliveira 25.11.2008)

domingo, 12 de outubro de 2008

Hálito da Primavera

Eu tenho algo que você não tem,
Minhas mãos alcançaram o que as suas não conseguiram,
O meu toque transformou trevas em luz, dissipou a noite e adormeceu a lua, apagou as estrelas...
Fez brilhar um horizonte incandescente com gradações de vermelho solar...
Estremeceu as bases do firmamento,
Redirecionou o olhar para a razão,
Despertou o espírito para a imensidão azul
Dediquei meu tempo a contemplar algo que era inacabado,
Algo que parecia não saber caminhar com independência para à luz,
Agora, seus passos são mais firmes,Talvez, em algum momento lá na frente...
Eu olhe para tras e perceba que a noite voltou...
A lua acordou de um sonho longinquo...
As estrelas voltaram a brilhar...
E as manhãs de pura claridade se extinguiram por vontade do Espírito...
Mas, eu comecei te dizendo que possuo algo que você não tem, certo?
Quem sou eu? o que sou?Para ter a claridade tão perto?
O Amor Sublime em pessoa...
Aquele que te faz suspirar,
Faz o tempo parar,
Faz o dia amanhecer,
O mundo girar,
A vida nascer,
O sol acordar,
A lua dormir,
Movimenta as ondas do mar...
Acalma as tormentas...
Faz o mundo parecer um lugar melhor...
Faz alguem pensar que deve dar o seu melhor...
Que deve se transformar em alguem melhor...
E faz essa pessoa tocada pelo meu hálito...entender que nunca mais poderá se contentar com menos..
Menos do que isso é suplício...
Menos do que isso é engano Na areia do mar ...o universo apaga...
Sentimento é caos..é tormenta...
É descobrir que você não se conhece e se reinventa...
É descobrir que cada amor deixa suas marcas...
Cada pessoa tem o seu lugar-próprio nos corações dos amantes
Mas, quando o firmamento se torna Azul...
E a esperança te olha de frente...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CONTOS DA ETERNIDADE I, II, III, IV

CONTOS DA ETERNIDADE (I)

"Ninguem pode descrever-se com total isenção de interesses...
Por isso, Ela afastou-se do lago que refletia o próprio rosto...
Desejou contemplar algo sublime, perfeito, denso e desafiador...
Viveu uma porção da eternidade repleta de Esperança...
Em algum momento, percebeu que o inverno sempre chega...é o ciclo da vida

No inverno, Ela entristecia e suas lágrimas transformavam-se em cristais...
Até que um dia, com a chegada da Primavera...
Seu coração bateu mais forte,
Não existia explicação para aquela sensação desconhecida...
Era a vida que preenchia seus pulmões com o ar mais puro que poderia respirar...
O dia estava lindo, perfumado..
Mas, quando a noite caiu...a sensação voltou e estranhamente um clarão surgiu no céu...
Em poucos minutos o segredo era revelado...
Um anjo-estrela estendia a mão e caminhava ao seu lado!"

( Luciana Carvalho de Oliveira)



CONTOS DA ETERNIDADE (II)

O primeiro passo foi incerto...
Incertezas e medos povoavam seus pensamentos...
Será que o anjo-estrela pode me amar ?
Com a mesma intensidade que amo?
Somos tão diferentes...
Ele é puro eu sou mundano,
Ele é anjo eu sou humano...
Eu tenho olhos cinzas e ele irradia luz por todo lugar...
Será que o anjo-estrela pode me amar?
Ele é meu protetor, veio me ensinar que Deus se importa comigo
E que existo além do infinito..lá onde tudo é mais bonito,

Os seres se buscam e se amam de maneira angelical..
Além do infinito não existe ciúme, posse, raiva, cobrança, insegurança.."O mal"!!!
Além do infinito o Espírito transforma-se em luz e a cada estação do ano regressa a Terra em busca da Flor da Primavera que floresce nos jardins da Esperança...
Ela desabrochou em pétalas perfumadas todo o seu amor...
E carregada nos braços foi acariciada e amada pelo ser de luz...anjo-estrela que me conduz!!!

(L.C.O)



CONTOS DA ETERNIDADE (III)

Anjo que ilumina de maneira inigualável os meus dias...
Amo-te desde a queda ao renascimento,
Hoje, amo-te a cada momento...
Sentimento que clareia os dias
E faz implorar-te em noites frias,
Quando as tormentas tornam-se sombrias...
Anjo-estrela que rasgou as trevas
E segurou a minha mão...
Que sacia minha sede
Aquece o meu corpo
Alimenta meu Espírito
Redime minhas culpas
Surpreende meus sentidos
Me fornece abrigo
Me carrega nos braços
Ergue a minha fé...
Mostra quem eu verdadeiramente sou e do que sou capaz...
Me ensina a caminhar...Transcende o verbo Amar!!!

(L.C.O)



CONTOS DA ETERNIDADE (IV)

Sou a flor que produz o nectar
Sou candeia querendo brilhar
Tu és mensageiro da luz
Tu és a vida e quis me encontrar...
Viajou sete léguas nos confins
Veio do além do infinito me buscar
Para descobrir um amor que nunca senti e nem mesmo ouvi falar ...
Entre seres que não se entregam de verdade...
E passam toda uma eternidade a reclamar...
Que a Felicidade não existe e caminha triste por terras a pisar...
Porém, tu caminhas na Terra e plana no ar, banha-se nos rios e desvenda as profundezas do mar
És um anjo de verdade ...Que brilha intensamente...
Que precisa fielmente a missão completar...
Reanimar um coração que estava congelado ..
Por somente no inverno acreditar...
É Primavera, me deixa perfumar...
Teus dias como se fossem os melhores, os mais belos, os mais sinceros a brilhar...
É Primavera, me deixa te abraçar...
Unir nossos corações em único batimento...
Entregar em tuas mãos meu sentimento...
Amar e ser amado em cada momento...
Simplesmente Amar...
Enquanto a luz não cessar...
Me deixa te amar...

(L.C.O)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A CARTA QUE NÃO TE ESCREVI

Não tenho o seu endereço...
Não sou o que pareço, nem me reconheço...
Se me olho numa sala de espelhos
Vejo muitos "eus" em plena liberdade
Cada um no seu espaço, no seu reflexo...
Não me reconheço quando me entrego
Sou água cristalina em tuas mãos
Mato a sede e desapareço por entre os dedos
Pra você não tenho segredos
Sou temerosa, tenho medos
Apesar de tanta vaidade, tanto ego!
É verdade e não nego...
Amo cada pedacinho de você
Amo cada explosão
Amo cada rendição
Amo cada toque
Amo cada olhar
Amo o certo e o errado..
Amo o verso e o translado..
Quanto tempo vamos contemplar
A felicidade de gostar?
O tempo não existe...
E você descobrirá...
Que fui feita pra você
Então desiste..
De querer fugir..
Eu caí no teu abraço..
Estou aqui...
É fato!

P.S.

(Luciana Carvalho de Oliveira)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A PERSEGUIÇÃO DE KATHRINE (18.06.2001)

Era noite...
Caminhava por uma rua
Mal iluminada
E, totalmente deserta

A cidade dormia...
Repousava em profundo silêncio.
Além dos meus passos.
Nada se ouvia...

Começava a chover...
Procurei um abrigo
E, tremendo de frio,
Ali mesmo fiquei.

Ouvia-se risos...
Vinham em minha direção
Um medo terrível
Tomou conta de mim!

Ao longe...
Dois homens maltrapilhos
Se aproximavam...

Eu estava sozinha...
E desprotegida
Numa reação desesperada
Apertei o passo...

E comecei a correr...
Entrei por ruas desconhecidas
Becos e favelas...
Estava "perdida!

Um carro se aproxima,
Ascende os faróis.
Continuo andando...
E o carro acelera!!!

Ponho-me a correr...
Fugir é o que preciso!
Até avistar...
Um portão aberto.

E ali entrei...
Fiquei escondida
Até que...ufa!
O carro foi embora.

De repente!!!
Algo me agarrou...
Eu gritei!!!
Pensei que era meu fim...

Ele estava em cima de mim
Eu não tinha mais como reagir...
e agora?!

Foi quando ouvi uma voz...
--Kathrine!!!
Acorda...você vai se atrasar para a escola!!!

(Luciana Carvalho de Oliveira 18.06.2001)

QUEBRA - MAR (01.08.2006)

Aqui neste quebra-mar, amo sem querer. Caio em contradição, pois você é tudo aquilo que eu sempre quis ter. A face da moeda tem a cara destorcida. Os valores de uma vida inteira foram arremessados no escuro. Tampa da garrafa que não sai, amor que mesmo implorando não quer partir. Não consigo entender o poeta.
Fala que sofrer dá prazer, e que sofrer é viver... Mas, não vejo esse prazer todo em amar, não vejo tanto amor...no prazer. São duas estradas contrárias, filhas de paralelos que na verdade... não se unem jamais!!! Pura ilusão.O poeta escreve, o poeta fecha o livro, o poeta vê o mar, o poeta diz: --Como o dia está frio. O mar me acalma. O barulho no quebra-mar, a maresia, os respingos...viagens sóbrias para um corpo ébrio. Trêmulo por querer, feliz por não ceder, amargurado por perder...
E no convés aquele homem lembrava de um rosto. Viagem perdida, viagem tão sóbria para um corpo tão ébrio. Que ama sem querer, mas vive razoavelmente bem..longe de você!

(Luciana Carvalho de Oliveira 01.08.2006)

AMOR SECRETO (26.08.2001)

(Esse poema foi um pedido...de uma amiga que vivenciava esta mesma situação na época em que nasceu o texto. Em sua homenagem, Lidiana...será que você ainda lembra da história??? rs...)

Ele chegou...
Balançou meu coração
Consumiu minha razão
Levou minha paz

Criou medos
Trouxe incertezas
Rendeu meu coração

Sorrateiramente
Se abrigou em mim
E com o tempo...
Invadiu minha alma

Brincou de esconder,
Jogou comigo.
Fez refém meu coração
Eternizando-se em mim
Sem se quer acontecer!

(Luciana Carvalho de Oliveira_26.08.2001)

sábado, 6 de setembro de 2008

Garoto Levado

Diga ao amor que ele é filho único
Como pode ser inconsequente?
Como pode meter medo na gente?
Como gosta de correnteza, esse menino!

Garoto levado que se esconde da gente.
Pula muros, sobe em árvores,
Dá nó em pingo d'água,
Brinca de polícia e ladrão
Tem noite que o menino não dorme, não!

Corre contra o tempo
Pois, está só
Cresceu na solidão
Quarto escuro, apertado...
Por isso, prefere a correnteza
Também, filho único, mimado...
Sempre atenderam as suas necessidades.

Hoje, apresentam-lhe o Mundo,
Então, o menino conhece uma Nova Cidade.
Nela, ele buscará alguém para compartilhar...
Seus brinquedos mais caros e divertidos,
Seu parque estruturado por ilusões
Pipoca de ingenuas alegrias...
Maçã do amor caramelada de emoções.

(Luciana Carvalho de Oliveira - 10.12.2006)

Em mim

Bati a porta.
Chutei a cadeira
Abri o chuveiro
E tranquei-me em mim.

Sequei meu corpo
Mas, as lágrimas não.
Abri os olhos...
Mas, a alma se fechou.

(Luciana Carvalho de Oliveira - 25.04.2006)

Segredos da Fé

Pedi aos céus e logo depois desisti. Supliquei respostas para as minhas angústias e elas vieram.
Mas, eu não quis solucionar meus problemas e preferi continuar com os dilemas que eu mesma construi. Nasci, cresci e ainda não morri...O dia que o homem tudo souber, perderá categoricamente a fé. Por isso, citando Clarice Lispector, "Preciso de segredos para viver".

(Luciana Carvalho de Oliveira - 26.08.2007)

Prisma

Pedaços de cristal reluzindo raios de sol. Ofuscando as sombras, colorindo os céus num momento de expansão. Fragmentos esparsos que atingem todas as direções, como o próprio sol faz, iluminando boa parte do globo em seu despertr matinal. Porém, existe o lado escuro, lá os raios de sol ainda não penetraram -- é noite e sinto frio!

Será que conseguirei despertar, descobrir as cores, expandir os pensamentos, aquecer o corpo e afastar as sombras? a neutralidade, a transparência do cristal permite a chegada da luz e o seu reflexo nada mais é do que belíssima refração -- ainda é noite!

Como conhecer sem ver, ouvir, tocar, cheirar e saborear? Sou tão transparente quanto o cristal ou preciso lapidar-me? As cores seduzem a minha íris e reconheço em mim, um ser, espectro solar -- não sinto frio, agora!

Essas percepções sensoriais confundem ou revelam? Pois, um cego sente o calor da luz que se aproxima sem ver, ouvir, cheirar, saborear ou tocá-la. Ele possui maior neutralidade do que eu, percebe o que está ao seu redor sem reconhecer o ser, espectro solar que desperta alguns e confunde outros. Porém, ausente nessas pesoas , sem causar-lhes estranheza, expande os outros sentidos. -- amanheceu!!

O que há atrás da minha íris, além de todo um sistema, organismo vivo que permite a transmissão dessas informações visuais para o meu cérebro?

Íris significa denotativamente, parte do olho colorida, onde fica a pupila. E também, espectro solar. mas, talvez esse nome, íris, esconda mais informaçõe do que imaginamos. Afinal, espectro significa "fantasma", evocação, ilusão... como podemos ter certeza daquilo que enxergamos?

-- Pode ser dia lá fora, aqui dentro continua imensidão de um pequeno universo, céu estrelado !

(Luciana Carvalho de oliveira -26.08.2007)

Angústia

Grito. Uma canção inaudível. Meu peito está dilacerado por uma mão que arranca sonhos plantados em terra fértil. Erva daninha, trepadeira que invade muros...portas e janelas.

Voz que não soa, nem ressoa. Usurpa, restringe e escraviza o coração de uma pessoa.

(Luciana Carvalho de Oliveira - 26.08.2007)

Pílulas de Ilusão

Existe algo obstruindo a passagem do ar
Não consigo respirar. O que acontece?
Preciso de ar, minha existência padece...

Eu não pude te olhar pela última vez
A despedida foi um golpe a sangue frio
Como a morte, certeiro e definitivo

Não pode ter sido amor, não.
O amor cura as dores
Não despedaça flores
O amor revela-se, salvação
Nunca a maldição.

Intoxicação inóspita
Pílulas de ilusão
Telefonemas mercenários
Gotas de paixão
Abraços salafrários
Palavras em vão
Olhares refratários

Lágrimas inverossímeis
Sorrisos forçados
Pensamentos invisíveis
Sentimentos dilacerados

Almanaque de frieza
Páginas de uma história
Inverdades da destreza
Mascarada toda a glória
Arte de dissimular...proeza
Feitiço lunar de rara beleza


(Luciana Carvalho de Oliveira)

Anônimo

As vezes a saudade nos invade
Mesmo com a presença
Das pessoas mais queridas
As vezes ouvimos uma voz
Mas, falta a delicadeza de um sorriso

As vezes agimos como se aquela pessoa
Sempre estivesse no mesmo lugar
Como uma mesinha no centro da sala
Mas, o tempo é implacável
E até a mesinha que dura décadas...
Se desfaz com as horas.

(Luciana Carvalho de Oliveira - agosto 2008)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Alma Desconhecida com Neblina no Olhar

O que dizer quando o olhar fica turvo? Será que há um incêncio na alma provocando a neblina no olhar? a fumaça abafada dentro do Espírito desejaria se libertar, mas a mente domina o que chega e o que parte em certos momentos. Enquanto o coração está ocioso sem produzir novos sentimentos ou ao menos manter os que já existem, a mente vai persuadindo a alma.


Será que és livre para amar, alma desconhecida? És caçadora de emoção, de físicas sensações que alimentam o corpo e a mente??? Porém, o Espírito transcende, e se alimenta de luz. Ele é capaz de emanar, irradiar, transbordar a essência do universo. Mas, precisa descobrir de que material é feito, pois, ainda não consegue ver além. A neblina do olhar será dissipada pelo entardecer que reascenderá o objetivo da tua existência...que é amar.


Não apenas, o amor proveniente do vulgo homem. Mas, desse Espírito que transcende e se entrega por inteiro, sem medo da queda. Espírito que transborda a vontade de Amar. Porém, muitas vezes, inconscientemente caminha, seguindo o vento das paixões e não sabe refazer o caminho de volta para a essência. Perde-se na selva das ilusões. Mas, em todo lugar existe um reservatório de águas claras. Puras e cristalinas que saciam a sede, renovam as esperanças e purificam as almas desconhecidas para enxergar a verdadeira felicidade. Transformando-se em luz, expandindo o Espírito na imensidão celeste e reconhecendo-se como a essência do Amor. Para enxergar a Verdade é preciso dissipar completamente a neblina do olhar...
(31.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

O duelo entre Amor e Desamor contemplando a Lua

A noite encobriu os edifícios. E os felinos desfilam elegantemente por cima dos muros tentando seduzir a lua. Mas, ela é fria e prefere o silêncio junto das estrelas. Sabe que os amantes aguardam a sua chegada, que os mares se deixam dominar pela sua beleza, que os poetas se inspiram no seu brilhar em meio as trevas e que doces melodias nascem da sua luminosidade.
É na solidão da negritude que os namorados escrevem suas cartas e derramam suas lágrimas. Não existe melhor parceria. Solidão, a noite, a carta e as lágrimas. Tudo o que o sentimento angustiado busca. Fonte onde todos os noturnos saciam sua sede. Porém, o Desamor é a negação do Amor e a noite estrelada não tolera duelos de tal magnitude. Apenas um dos dois terá a autorização para continuar a contemplar a lua e compartilhar seus sentimentos com toda a grandeza do brilho lunar.
(28.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

Imensidão

Uma janela lateral
Brisa que vem comunicar
Mais uma tarde
Em que o sol se recolheu

Espetáculo indescritível
Céu vermelho incandescente
Rasgando o azul milenar
Gradação de cores a nos encantar

Raios de luz a pincelar
Vermelho, laranja, amarelo
Na tela azul a nos convidar
Para amar em segredo
Abraçando a vida

E respirando a imensidão
Presenciar raros momentos
Da arte divina
Que veio abençoar
Corações incandescentes
Dividindo o mesmo olhar...

(31.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

Palavras II

As palavras
Nos iludem...
Assim,
Como os olhos
Nos enganam,
Nos traem,
Nos inflamam.

(01.08.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

Palavras

Palavras são chaves
Que abrem portas trancadas
Que fecham janelas desconhecidas
Sem elas você não entra pacificamente
Você vira dependente...
Do silêncio inaudível de uma alma
Que pede calma...
Ao pular a janela
Ao invadir a sua mente
E torná-la prisioneira gradativamente.

(28.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

Habituais momentos

Os pequenos gestos
Tornam inesquecíveis
Os habituais momentos.
Palavras a sussurrar
O bálsamo do Amor,
O gosto do paladar,
O toque inconfundível...
Que nenhuma visão consegue alcançar.

(28.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

O Presente Mais Agradável

O presente mais agradável
É o que não se pode comprar
É conquistar um sorriso
Um beijo ardente, um olhar...
Abraçar um corpo efêmero,
Sentindo o coração palpitar,
Arrepiar-se com plena sensação
De que o maior presente da vida...
É Amar.
(28.07.08 Luciana Carvalho de Oliveira)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Vida estorquida

Perdido num planeta qualquer
Qualquer terra resvalada
Visão claramente alterada
Claridade espelhada pelo olhar
Ponto de luz restrito ao caminhar
Evolução reencarnatória a curar
Salvação ignorada pelo pensar
Ideologias entorpecidas pelo dominar
A força toma o objeto para si e embrutece
A delicadeza ensina a lapidar a pedra
Seja a criatura ou o criador...
Não seja a espada do destruidor
Preferível perder-se no desconhecido espaço
Do que forjando o aço nas mãos da tenebrosa dor...
Incertezas, asperezas
Crenças e doenças
Vida estorquida
De uma mente que nada sente...

A grandeza do Amor

Qual seria a grandeza do amor?
Perdoar os próprios erros e os da humanidade...
Não deixar de caminhar quando encontrar pedras pela estrada...
Erguer a cabeça, estender as mãos e caminhar rumo a bondade...
Não retribuir com o mal, a crueldade ...
Qual seria a grandeza do amor?
Amar sem conhecer o rosto do criador...
Orar pelos que ainda não enxergam a luz da verdade..
Proteger quem desiste da vida...
Despir-se da alma sofrida...
Praticar indistintamente a verdadeira caridade...
Qual seria a grandeza do amor?
A liberdade de escolha que Deus nos outorgou?
O livre-arbítrio nos obriga a amar o criador?
Qual foi a resposta que você pensou?
Descobriu qual seria a grandeza do amor?

(L.C.O)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Ficará

Palavra e som
A comunicação é importante
Significado e tom
O que verbalizas num instante
Filosofia e dom
Registrados pelos navegantes
Que chegam, que partem
Que constroem e que invadem.

É fato

A certeza do verbo
A incerteza do ego
Falais o que não sabeis
És o que desconheceis
Isso é fato.

A verdade

O medo de nos encararmos
frente ao espelho...é tremendo!
mas, os olhos da imortalidade
talvez sejam mais temerosos
do que os do nosso próprio Espírito.

SAUDADE

Ai..saudade,
nostalgia perdida
que naufraga no horizonte
cria abismos, abre fendas...
aprisiona no vazio
o coração dos homens.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

AUSENCIA DE SENTIDO

Já escrevi muitos versos apaixonados
Versos que falavam de amor
Versos que falavam de solidão
Mas é pesado sentir o que se escreve
Por isso, frases deconexas
Tornam mais leves
Mente, alma, corpo e coração...

Deixar fluir qualquer coisa ...
Uma paisagem grotesca
Uma lembrança engraçada
Cenas que nunca aconteceram
Vidas que nunca se encontraram

Corações desordenados
Passos descompassados
Documentos autenticados
Sentimentos compartilhados
Ou não...

O que mais me intriga
É que no final
Tudo acaba fazendo sentido
De alguma forma

Parece que as palavras
Possuem vida própria
Penso que as retenho
Mas são elas que me ordenam

Em plena madrugada
Sem ter nada pra fazer
Começo a digitar
Isso não é inspiração

É ausência de sentido ...
É presença de vida intensa
Vida que me afoga mar a dentro
Mar que desconheço

Versos que vagam pela madrugada
Assustam e enlouquecem
Feito almas penadas

(L.C.O)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

IMAGINARTE

A arte de dar vida aos teus sonhos...
Os mais remotos,
loucos,
agressivos

e expressivos possíveis...
A fantasia mais lúdica,
estranha,
instigante
e libertadora...

A mesma que
te faz perder horas...
com um lápis
ou caneta preta na mão...

L.C.O

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A CHAVE QUE ELES CARREGAVAM

Ser mulher, não é negar a sua natureza menina, sensível,impulsiva,imediatista,amável e por vezes deslocada no tempo e espaço. Ser mulher é entender o que é lealdade,caráter,dignidade,orgulho,ética,amor,dor e prazer...Ser mulher, é despertar encantos sem perceber que o faz.Simplesmente, encantar por ser tão mulher,tão original,tão única e tremendamente imperfeita.Ser mulher é guardar segredos.É acreditar em olhos que saibam sorrir para você.Mesmo que os lábios trêmulos indiquem incertezas,duvidas...Os olhos são o retrato da alma.Como um mergulho que pudesse desvendar toda a profundidade e a imensidão dos oceanos.Existe vida lá em baixo, sabias disso? Então, através desses olhos existe um universo inexplorado aguardando a chave que abrirá as Portas de um labirinto cercado por trepadeiras, musgos e sentinelas por toda a parte.Dizem, que aqueles que tentaram não regressaram...Quem sabe a chave não era aquela que eles carregavam?

(L.C.O)

sábado, 19 de janeiro de 2008

FOR SALE

Já parou para pensar
No estrago que faz
O seu egoísmo?
Nem eu.
Talvez,
Seja esse o motivo
Para tanto descaso
Simplesmente,
Não pensamos
E nem é por maldade
É porque não nos ensinaram
Na família, na escola
Na sociedade,No trabalho
Fomos programados
Para assistir novelas
Comer hamburguer com batatas
Assistir os enlatados U.S.A
Ouvir o mundo em inglês...
Calçar a vírgula do burguês
Mas, pensar
Em nosso egoísmo,
Na falta de oxigenação no cérebro
E estupidez...
Não impedem que absorvamos
O que há de bom em outras culturas
Beber água escura,
Competir a qualquer preço
Time is money
Ou na verdade,
você está vendendo o seu?

(L.C.O)

QUANDO AS PALAVRAS CRIAVAM ASAS (19.01.2008)

Buscava metas para alcançar
Projetava novos caminhos
Criava formas de superação
Empenhada em novas descobertas
Não tinha olhos para o chão
Permitia-se sonhar alto
Criava sem precisar manter
Os pés presos ao solo
Voava por ininterruptas noites
Planava por indizíveis sentimentos
Alterava por vezes, seus pensamentos
Tudo parecia óbvio
A sede por conhecimento
A ansiedade por movimento
A angustia de estagnar
A esperança de alcançar
Permitia-se ser original
Criava personagens
Humanos,insanos,distorcidos
Amargurados,apaixonados,enfurecidos
Tudo parecia novo
Cada linha traçada
Cada verso sofrido
Cada texto atrevido
Sentimentos reciclados
Palavras, frases e períodos
Vivos!
Era assustador...
Quando as palavras
Criavam asas
Quando as palavras
Criavam pés
Quando as palavras
Criavam olhos
Quando as palavras
Criavam mãos
Asas que planavam...
Pés que caminhavam...
Olhos que enxergavam...
Mãos que tocavam...
Porém,
Para planar
É preciso um abismo
Porém,
Para caminhar
É preciso pisar o solo
Porém,
Para enxergar
É preciso o objeto
Porém,
Para tocar verdadeiramente...
Com o Espírito
Foi preciso alguma vez...
Ter sido capaz de sentir.

(L.C.O)