domingo, 10 de fevereiro de 2008

AUSENCIA DE SENTIDO

Já escrevi muitos versos apaixonados
Versos que falavam de amor
Versos que falavam de solidão
Mas é pesado sentir o que se escreve
Por isso, frases deconexas
Tornam mais leves
Mente, alma, corpo e coração...

Deixar fluir qualquer coisa ...
Uma paisagem grotesca
Uma lembrança engraçada
Cenas que nunca aconteceram
Vidas que nunca se encontraram

Corações desordenados
Passos descompassados
Documentos autenticados
Sentimentos compartilhados
Ou não...

O que mais me intriga
É que no final
Tudo acaba fazendo sentido
De alguma forma

Parece que as palavras
Possuem vida própria
Penso que as retenho
Mas são elas que me ordenam

Em plena madrugada
Sem ter nada pra fazer
Começo a digitar
Isso não é inspiração

É ausência de sentido ...
É presença de vida intensa
Vida que me afoga mar a dentro
Mar que desconheço

Versos que vagam pela madrugada
Assustam e enlouquecem
Feito almas penadas

(L.C.O)